Como receber feedback difícil com inteligência emocional

Um dos momentos mais desafiadores na carreira de qualquer profissional é receber feedback. Ser avaliado nunca é fácil, e se torna ainda mais delicado quando essa avaliação está diretamente ligada ao nosso sustento. Mesmo quando temos certeza de que fizemos um bom trabalho, sempre bate aquela ansiedade: será que a liderança viu da mesma forma?

A situação complica ainda mais quando o retorno não é o que esperávamos — e, em alguns casos é até “injusto”.

Essa conversa tem muitos nomes, e recentemente o termo “feedback construtivo” virou moda. Mas sejamos sinceros: nem todo feedback que se diz construtivo realmente é. Às vezes, são críticas disfarçadas, queixas repaginadas.

O feedback, quando usado como ferramenta de desenvolvimento, tem uma estrutura clara. Ele nunca deveria servir para diminuir, coagir ou intimidar. (Aliás, outro dia eu falo sobre como dar um feedback adequado, porque isso também merece atenção.)

Mas e quando o que recebemos não é aquilo que gostaríamos de ouvir? Como lidar com isso sem perder o equilíbrio emocional?

Respire e desacelere –

O primeiro sentimento que costuma surgir é raiva ou indignação. É natural — nos sentimos atacados. Antes de reagir, respire fundo. Dê um tempo para processar o que está sendo dito (é sério, não responda a primeira coisa que vem a cabeça).

Evite levar para o lado pessoal

Na maioria das vezes, o feedback está relacionado ao desempenho, não à sua essência como pessoa. Tente focar no conteúdo do que foi dito, e não no tom. Pode parecer confuso, mas uma das formas de saber como diferenciar está na próxima dica:

Peça exemplos concretos

Se o feedback for genérico (“você precisa melhorar”), peça clareza:

“Pode me dar um exemplo específico?”

“Me conte uma situação em que isso aconteceu.”

A ideia aqui é trazer na prática exemplos do impacto causado. Aproveite para perguntar qual seria o comportamento ou ação que a liderança entende como ideal.

Reconheça o sentimento de Frustação

Estar neste lugar é desconfortável, e tudo bem se sentir frustrado. Não precisa esconder, esse sentimento faz parte do processo e é importante para seguir em frente.

Reavalie expectativas e decida o que aplicar

Nem todo feedback é útil. Avalie com calma o que faz sentido para você e o que pode ser descartado. Às vezes, vale conversar com pessoas próximas para entender se o que foi dito condiz com a percepção dos colegas. Mas atenção: a liderança costuma ter uma visão mais ampla do cenário, então analise com cautela.

Cuidar das nossas emoções e sentimentos é fundamental para uma vida saudável, e isso inclui lidar com essas situações difíceis como essa. Gross & Munoz (1995) apontam que pessoas que não conseguem regular emoções têm maior risco de desenvolver depressão, ansiedade e transtornos de humor. Goleman (1998) complementa: emoções mal gerenciadas levam a conflitos, decisões impulsivas e queda na produtividade.

A regulação emocional é uma habilidade-chave para o equilíbrio psicológico. E como qualquer habilidade, pode ser treinada. Comece no seu dia a dia, e você vai perceber como isso transforma não só sua vida profissional, mas também sua saúde emocional.

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